Para o presidente Geraldo Gonçalves, a atual gestão terá um papel primordial que exigirá maior grau de comprometimento em função do atual momento político do país.
Realizado nos dias 30 e 31 de outubro, em Gramado (RS), o 7º Encontro da Federação Nacional dos Trabalhadores em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas (Fenatibref) reelegeu a diretoria que, presidida pelo sindicalista Geraldo Gonçalves de Oliveira Filho, se manterá à frente da entidade no período de 2015 a 2020.
O Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas, Filantrópicas e Organizações não Governamentais do Rio de Janeiro (SindFilantrópicas-RJ) participou do encontro, juntamente com sindicatos do segmento dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Santa Catarina, Ceará, Amazonas (Manaus), o anfitrião Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.
Além do processo eleitoral e da mesa-redonda jurídica com as lideranças e os palestrantes convidados, o encontro das entidades de representação dos trabalhadores do segmento discutiu temas como “Relação do Estado com o Movimento Sindical: MPT, MTE e Justiça do Trabalho” e “Panorama das Relações do MTE com o Movimento Sindical: Resoluções e Tabela da Categoria”.
Palestrante convidado, o advogado Sílvio Lessa, especialista na área sindical, falou sobre a polêmica intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Movimento Sindical. Advogada e consultora na área sindical, Zilmara Alencar, ex-secretária de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), abordou os temas “Panorama das relações do MTE com o Movimento Sindical” e “Relações de Trabalho, Direito Coletivo e Sindical e Assessoria Legislativa”.
Congresso Nacional com maioria de patrões
Reeleita com a aprovação de 100% das lideranças, a Diretoria, segundo o presidente Geraldo Gonçalves, “terá um papel primordial que vai nos cobrar um grau de comprometimento talvez maior do que a gestão que se encerra em função do atual momento político do país, onde passamos a ter um quadro no Congresso Nacional com maioria de patrões, dividido entre o mundo empresarial e o agronegócio”.
Geraldo destaca, ainda, a redução, pela metade, de parlamentares representantes dos trabalhadores nas últimas eleições. “Isto vai cobrar da gente uma considerável efetividade de acompanhamento no Congresso”, alerta.
“Este encontro vem fortalecer mais ainda a federação. Ainda tem muito a ser feito, até porque a federação é nova, foi criada em 1998, mas o trabalho que vem sendo desenvolvido faz a diferença”, concluiu o presidente da Mesa Eleitoral, Moacyr Roberto Tesch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh).
Atualmente o segmento – “e a Contratuh se coloca neste processo”, acentua Tesch – discute tudo que diz respeito ao adolescente, gênero e criança. “Estamos envolvidos em pontos chaves de decisão, não como meros expectadores do processo, mas fazemos com que as coisas aconteçam através de companheiros das entidades filantrópicas’, explica ele.
Um dos desafios apontados pelo presidente Geraldo Gonçalves para a atual gestão, a redução da bancada sindical no Congresso Nacional foi um dos assuntos exemplarmente apresentados por Moacyr Tesch que desenhou um panorama do Congresso com o resultado das eleições 2014.
Um voto de confiança dos companheiros
Presidente do SindFilantrópicas do Rio e vice-presidente da Fenatibref, Sérgio Antonio do Carmo (Serjão) afirma que a reeleição da diretoria representa “um voto de confiança dos companheiros”.
De acordo com Serjão, “a Federação é fruto de muita luta. Enfrentamos resistências porque a maioria dos sindicatos são ecléticos, ou seja, representam diversas categorias como barbeiros e cabeleireiros, por exemplo, além das entidades filantrópicas. Fomos acabando com essa coisa de ter um sindicato representando dez categorias, o nosso setor estava sempre à reboque, sem um acordo específico”, pontua ele, lembrando que o primeiro sindicato do segmento filantrópicas no Brasil foi o do Rio de Janeiro, em 1955; seguido do sindicato de São Paulo (1959) e Minas Gerais (1998).
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