Diretor da empresa Recicladora Urbana também alerta sobre o descarte incorreto de resíduos eletrônicos
O terceiro evento do ciclo de palestras ‘Profissionalizar para Transformar o Terceiro Setor’, realizado pelo Observatório do Terceiro Setor em parceria com a Fundação Salvador Arena, teve como um dos palestrantes Ronaldo Stabile, vice-presidente da Associação Brasileira de Reciclagem e Inovação (ABRIN) e diretor da empresa Recicladora Urbana.
Em sua palestra, Stabile explicou que ainda temos um modelo de economia linear, em que grande parte do que consumimos acaba no lixo, mesmo havendo a possibilidade de reaproveitar muitos itens. O problema inclui o descarte de resíduos eletrônicos. “As empresas tiram matéria prima de cada vez mais fundo e criam o produto. Aí a pessoa consome e aquele produto fica obsoleto. Com isso, temos o resíduo eletrônico”.
Com isso colocado, o especialista aponta que existe a alternativa chamada de economia circular. Esse ciclo tem como objetivo reaproveitar produtos, componentes e materiais. Assim, após o computador parar de funcionar, por exemplo, em vez de ir para o lixo, ele vai para uma empresa especializada em tirar dele tudo que possa se transformar em um novo produto, evitando a retirada de mais matéria-prima da natureza e o acúmulo de lixo. “Brasileiro compra carro seminovo, mas não compra computador seminovo”, critica Stabile.
A Recicladora Urbana coleta e reaproveita resíduos eletrônicos, vindos de equipamentos de TI e telecomunicações, como computadores e telefones. Depois disso, vende os equipamentos semi-novos a preços acessíveis para organizações da sociedade civil.
Ronaldo alerta, ainda, que o descarte inadequado de resíduos eletrônicos é “crime penal inafiançável”.
O especialista também chama a atenção para a importância da tecnologia dentro das organizações. “É importante para comunicar a causa, além de aumentar a produtividade. Uma das organizações que temos como parceira da Recicladora Urbana aumentou 3 vezes a produtividade ao trocar os computadores”.
Com isso, Stabile enfatiza a melhoria nos serviços prestados pela organização, assim como a captação de recursos, garantia na segurança dos dados da entidade e a comunicação com doadores.
Entre 2013 e 2018, a Recicladora urbana coletou mais de 890 toneladas de equipamentos eletrônicos. Ronaldo lembra que 80% dos equipamentos são destinados à reciclagem. Já os outros 20% são remanufaturados.
Fonte: Observatório do Terceiro Setor
14/03/2019