A Receita Federal fez lançamentos de R$ 73,636 bilhões de créditos tributários (impostos não pagos, multas e juros) no primeiro semestre deste ano. O valor representa aumento de 12,6% na com-paração com o mesmo período de 2016. A autuação não significa que os valores foram recuperados pelo fisco.
“Foi o segundo melhor primeiro semestre da história da fiscalização da Receita. Os auditores botaram a faca nos dentes e entregaram um resultado bastante significativo”, disse o subsecretário de Fiscalização da Receita, Iágaro Jung Martins, em Brasília.
O principal crescimento apurado foi o de crédito tributário de contribuição previdenciária. “Tivemos aumento de 54% no combate à sonegação previdenciária. Quando o país está discutindo a re-forma da Previdência, a Receita Federal, que tem responsabilidade sobre metade desse problema, está dando a resposta”, afirmou Jung.
Foi identificada sonegação de R$ 6,4 bilhões em contribuições previdenciárias. O resultado corrobora as críticas feitas pelas forças de oposição à reforma. Na semana passada, o senador Paulo Paim (PT-RS) denunciou que, por ano, R$ 25 bilhões são descontados dos salários dos trabalhadores mas não são repassados pelas empresas à Previdência.
Na área da previdência, as principais hipóteses de sonegação são a contratação de pessoa física como pessoa jurídica, utilização fraudulenta do Simples e da desoneração da folha. Foram investiga-das 6.161 pessoas jurídicas, o que resultou em R$ 70.672 bilhões em créditos tributários. Já o total de pessoas físicas ficou em 195,5 mil, o que correspondeu a R$ 2,96 bilhões. Outros R$ 4 bilhões vieram de autuações relacionadas à Lava Jato. De 2015 a 2017, o total recuperado com a Operação chega a R$ 12,8 bilhões.
De acordo com Iágaro Jung Martins, há ainda 177 pessoas físicas e jurídicas relacionadas à Lava Jato sendo investigadas. “A expectativa é de que até o final do ano ampliemos para R$ 15 bilhões os valores desses lançamentos”, disse.
Fonte: Monitor Mercantil